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Cirurgias microscopicamente controladas: método eficaz no tratamento do câncer de pele

Atualizado: 12 de dez. de 2018

Procedimento possibilita remoção total da lesão com uma remoção mínima de pele saudável.


O câncer de pele é o tipo mais comum da doença no Brasil, correspondendo a cerca de 33% dos casos. Dependendo da natureza do tumor, existem diferentes tipos de tratamentos indicados, sendo um deles as cirurgias microscopicamente controladas. A primeira dessas cirurgias foi a de Mohs, criada na década de 1930 e aperfeiçoada ao longo dos anos com o objetivo de ser mais eficaz e retirar o mínimo de pele saudável possível ao redor de uma lesão. Atualmente, existem diferentes modalidades de cirurgias microscopicamente controladas, que se utilizam de métodos bastante precisos e são indicadas especialmente em casos de carcinomas.


Para entender melhor a indicação desse tipo de procedimento, é importante compreender que existem diferentes tumores malignos de pele, que se manifestam conforme sua natureza. Essas lesões são divididas em carcinomas e melanomas, e conhecer suas características pode auxiliar o paciente a saber quando se deve procurar um dermatologista. Os carcinomas cutâneos normalmente são lesões que crescem, sangram com facilidade, não cicatrizam e podem apresentar aspecto de verruga. Já os melanomas geralmente são sinais com margens irregulares, múltiplas cores e assimétricos.


O médico cirurgião Ronaldo Oliveira, Diretor Médico da DermaOnco, que também está presente no Espaço M, divide o diagnóstico do câncer de pele, de uma forma geral, em três etapas:

1) Percepção do paciente: quando o paciente desconfia de alguma lesão e procura o médico;


2) Análise clínica: quando o médico examina a lesão em consultório e identifica a necessidade de se fazer uma biópsia;


3) Remoção e biópsia: é feita a remoção total da lesão ou de uma parte dela, dependendo do caso, e a amostra é enviada para análise laboratorial.

Se confirmado o diagnóstico de câncer de pele, conforme o caso, são indicados diferentes procedimentos. As cirurgias microscopicamente controladas são indicadas para carcinomas localizados em lugares mais críticos e sensíveis, como o rosto, dorso das mãos, pés e genitálias. Essa indicação é feita visando à remoção completa da lesão, ao mesmo tempo em que preza pela preservação tecidual, evitando cicatrizes maiores e até mesmo danos a nervos. A técnica também é recomendada em casos de tumores de pele reincidentes também em áreas como nariz, orelha e ao redor dos olhos.


Como são realizados os procedimentos

Ainda pouco feito no Brasil, o procedimento consiste basicamente na remoção da lesão ao mesmo tempo em que é feita a análise do tumor, investigando-se quanto de pele ainda está comprometida pela doença. Na maioria dos casos, a cirurgia é feita com anestesia local. O paciente é levado para o bloco cirúrgico, onde é feita a remoção da lesão visível, com uma área de segurança pequena. A peça é levada para o laboratório e analisada em um microscópico com um “mapa” com as relações de referência de onde ela foi removida. No caso de ainda haver tumor, retorna-se ao bloco cirúrgico e, com esse mapa, é feita uma nova remoção. A peça também é analisada no laboratório, e o processo se repete quantas vezes for necessário, até a remoção completa da lesão. O procedimento tem uma duração total de cerca de 3h a 3h30 - podendo ser mais ou menos, conforme o tamanho do tumor. Para a cirurgia, dr. Oliveira, conta com uma equipe multidisciplinar, envolvendo um patologista e um técnico em patologia, além de outros especialistas conforme a necessidade.


Um aspecto importante a ser ressaltado nesse tipo de cirurgia é que, diferentemente dos procedimentos convencionais, a forma como será feita a reconstrução do local que terá a lesão removida só será conhecida após o término da cirurgia.


- Nas cirurgias convencionais, já é pré-estabelecida a margem e a profundidade da área que será removida. Por isso, o médico terá um critério pré-operatório de reconstrução. Nas cirurgias microscopicamente controladas, o médico “segue” o tumor. Então esse critério só poderá ser estabelecido depois de terminado o procedimento, explica o Dr. Oliveira.


O cirurgião também destaca que a recuperação da cirurgia depende do tipo de reconstrução que é feita, sendo que, quanto mais complexa, maiores são os cuidados. Ele ainda diz que procura ver os pacientes um ou dois dias após o procedimento e depois de uma semana, para a retirada dos pontos e ver se pode haver alguma complicação, como necroses e sangramentos. Dr. Oliveira também destaca a importância de se manter um acompanhamento a longo prazo com o paciente, referente à área que passou pela cirurgia por cerca de dois anos.


FIQUE ATENTO!

Apesar de as cirurgias microscopicamente controladas serem bastante eficazes - cerca de 98% a 99% de cura da lesão - e os tumores raramente voltarem, é muito importante que o paciente siga fazendo um acompanhamento geral com seu dermatologista, pois é possível que o câncer de pele se manifeste em outros lugares.


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